O CORPO DE HELENA
TEATRO NACIONAL 21 APRESENTA O CORPO DE HELENA
UMA TRAGÉDIA GREGA NA URGÊNCIA CONTEMPORÂNEA DO
DISPOSITIVO ON-LINE
Cinco actores em geografias físicas diversas, juntos num palco virtual que responde à urgência dos tempos, levando à cena o mais antigo cânone clássico teatral - a tragédia grega - no mais ultramoderno dos dispositivos - o on-line. O Corpo de Helena é a recente proposta da Teatro Nacional 21 (companhia fundada em 2011 pela mão de Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu) para assistir on-line nos dias 26, 27 e 28 de Junho, às 21H, em directo nas páginas de Facebook e de Instagram da companhia.
Partindo de uma premissa de que " (...) são tempos novos, diferentes e que nos obrigam a todos a uma reinvenção permanente(...)" - Albano Jerónimo, a direcção da TN21 avança com a ideia de envolver toda uma equipa de actores, encenadores, cenógrafos, figurinistas, produção, autores (tentando chegar e envolver muitos elementos), como que perseguindo a ideia de um espectáculo teatral físico em palco de tábuas comum.
Neste momento e contexto únicos em todos os sentidos, a associação TN21, decidiu levar a cabo uma proposta que mantém a sua linha de experimentação e faz jus a centrar o projecto artístico no desenvolvimento das novas dramaturgias portuguesas. Assim, nasce O Corpo de Helena, um espectáculo com texto de Paulo José Miranda a partir da referência clássica da tragédia grega (Helena de Tróia). No fundo o texto é per se uma metáfora do que se propõem a fazer: a consciência da personagem, o desafiar os deuses neste teatro em todo o seu processo on-line, na corda bamba do live na internet.
Com este texto, a TN21 irá criar um dispositivo de 4 janelas on-line que serão habitadas por Menelau, Agamémnon, Ulisses e pelo Coro. Cada uma das janelas on-line será o reflexo de Gata (o passado), Anagata (o futuro), Paratyutpanna (o presente) e por fim, Vidya (a Sabedoria). Todas estarão ligadas num processo de trabalho comum, na construção deste imaginário virtual e presente, nestes ensaios em que cada um terá a sua montra interactiva nestes novos tempos.
Sinopse
É à história famosa dos Atridas que Paulo Miranda e a Teatro Nacional21 regressam como tema para ao seu próximo espectáculo. Assim o fizeram, também, sem cansaço, os grandes dramaturgos atenienses do passado, os mais gloriosos de entre todos, Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Não bastaram três mil anos para apagar o traço persistente desta história feita lenda. No novo milénio, O Corpo de Helena é ainda mais uma leitura de velhas palavras e conceitos, onde o século XX e o XXI continuam a encontrar um arquétipo para a sua experiência.
Muito do pensamento helénico mantém-se vivo e determinante no texto contemporâneo, porque, mais do que a forma, é sobretudo o tema que marca afinidades. Um relance de olhos breve à lista de 'figuras do drama' promete personagens e coro - Menelau, Agamémnon, Ulisses e um coro de mulheres -, garante planos distintos de acção, humano e divino - porque Ártemis é também actuante -, acena com conflitos latentes, entre a natureza viril e feminina, o social e o doméstico, entre a fraqueza humana e a eterna interrogação sobre os habitantes do Olimpo. Tensões, sombras, dúvidas, hierarquias universais - as grandes questões que não deixam ao Homem descanso e que os Gregos avaliaram com finura e beleza inimitáveis - estão latentes nesta mera enumeração das figuras do drama. Prometido também um ritmo de análise, cadenciado por personagens e coro, a que o teatro grego deu forma e recorte dramático. Sem subserviências ou tentativas de recriação passiva, pretendemos retomar moldes cénicos e velhas questões, com a liberdade que a distância de séculos justifica.
Processo de ensaios
Os ensaios serão feitos exclusivamente através das plataformas digitais. Não haverá contacto presencial. Cada actor (residente em geografias diversas do país permite desta forma dar uma maior potência ao dispositivo digital, uma vez que não seria possível reunir tão facilmente este grupo de actores) fará ensaios a partir do seu computador/telemóvel em sua casa. Serão utilizadas as quatro janelas dos dispositivos digitais para ensaiar o espectáculo. Os ensaios estão pensados para 1h30 diárias durante 3 semanas de trabalho.
Datas de apresentação
Serão três apresentações: 26, 27 e 28 de Junho- sexta (21h), sábado (21h) e domingo (21h), a primeira seguida de uma conversa com Albano Jerónimo, Cláudia Lucas Chéu, Pauo José Miranda (autor do texto), Miguel Real (escritor) e o público. A apresentação terá a duração de 50 minutos em Directo nas plataformas das redes sociais da Companhia, mantendo o carácter efémero das apresentações teatrais presenciais. São apresentações directas para o público virtual - únicas e irrepetíveis.
Concepção cénica, desenho de luz e som
O desafio da concepção cénica será encontrar nas casas de casa actor, os materiais necessários para compor o enquadramento da cada janela digital. O cenógrafo - juntamente com os encenadores e os actores - criarão para cada janela digital um espaço significativo e justo para servir o cenário da narrativa.
O mesmo acontecerá ao nível do espaço de luz. O desenhador de luz criará com os materiais disponíveis na residência de cada actor, um espaço próprio com um ambiente específico. Ao nível do espaço sonoro estaremos perante o mesmo tipo de construção, embora caiba apenas aos encenadores e aos actores esse trabalho de composição, não havendo um criador de espaço sonoro. O importante será encontrar, uma vez mais, nas várias casas matéria sonora que caiba no universo do espectáculo.
Fundo de Apoio à Criação - TN21 - O Corpo de Helena
A Teatro Nacional 21 tem procurado desde sempre um campo de experimentação na área teatral e da criação, mesmo que as escolhas aparentes de repertório, muitas vezes, nos remetam para as mais clássicas formas de teatro ou de espectáculo performativo completo, como é o caso de uma Ópera levada à cena em 2011. Nesta senda de experimentação e de um olhar atento no tempo presente e na sua urgência, a TN21 decidiu no âmbito desta produção, avançar com um Fundo de Apoio à Criação, para jovens Artistas formados em Artes Performativas no último ano lectivo (2018/2019), com um montante inicial de 500€. O espectáculo é de acesso livre, mas convidam-se os espectadores a envolverem-se e a contribuírem para o IBAN: PT50003300004543334286705, de forma a incrementar este fundo, que virá a ser atribuído após a vida do espectáculo. Com esta iniciativa a TN21 pretende reafirmar o seu compromisso com a urgência dos tempos, oferecendo à sua escala uma resposta para toda uma nova geração que não pode desistir ainda antes de começar.
Sobre a encenação
Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less. Marie Curie (Cientista)
Things could always be better, but things could always be worse
Marla Gibbs (Actriz)
Ficha técnica
Texto| Paulo José Miranda
Direção | Cláudia Lucas Chéu
Intérpretes |Albano Jerónimo, António Durães, Emília Silvestre, Luís Puto,Marta Bernardes.
Espaço Cénico e Figurinos | Tiago Pinhal Costa
Desenho de Luz | Rui Monteiro
Assistência ao Desenho de Luz | Teresa Antunes
Direção de Produção | Francisco Leone
Produção Executiva | Luís Puto
Comunicação | Sara Cavaco
Apoios GMS Store; Gerador; Carlos Leal.